Um dia o amor bateu à sua porta
E ele tratou bem seu convidado
Mas o amor por ser desconfiado
Sentiu-se incomodado
E esse homem de tão afoito
Pela presença do amor
Ao invés de esperá-lo acomodar-se
Escolher um quarto e ficar a vontade
Trancafiou o amor em seu aposento
O amor que não é besta
Com uma pressa gigantesca
Tratou de conseguir fugir
E disse que jamais voltaria ali
E esse homem ensandecido
Se foi à Paris
A procura do amor
Que um dia havia conhecido
Se tornou desajustado
Sua vida era a boemia
Seu dinheiro suado
Ganhava no jogo
E gastava no trago...
E as mulheres de Paris
Conhecia como ninguém
Passava dias em bordéis
E amanhecia por aí...
Já foi um cavaleiro
Dizia-se Lord
Já fez parte do clero
Mas vivia a própria sorte
O coração ainda jazia
À sombra do amor perdido
E para sentir-se vivo
Passava dias entorpecido
Lá só encontrou mais desamores
Medos, injustiças, desilusões...
Poderia voltar pra casa
E esperar o amor bater a sua porta
Poderia continuar na boemia
E ser consagrado vagabundo
Poderia encontrar na dor
Algo pra se enganar...
Ou poderia se jogar
Em um novo amor...
Mas esses olhos claros dela
Esse jeito que parece
Às vezes o ignorar
Às vezes o chamar
Às vezes o enganar
Aquele jeito meigo
Corpo, voz, boca
Encontrando o que procurava
Traduzido em outra pessoa
O vento trazendo alguém novo de volta
Linda como um anjo
Um novo anjo em sua vida
Diferente dos anjos maus que conhecia
Também desajustada
Com seus problemas de jornada
Mas diferente dele
Era a pessoa que poderia
Dar um fim a isso tudo...
Que parece ter o segredo
Para preencher sua vida vazia...
Mais um caminho...
Mais uma ilusão
Um plano sem fim
Mais uma historia pra contar
Ou uma pra eternamente consagrar
Pode enfim querer...
Seguir, tentar...
Mais um caminho a seguir
E mais coisas a deixar pra trás...
Coisas que só o tempo
Saberá dizer se foram certas
Como o caminho que a felicidade se esconde
Ou se ela baterá a sua porta
Mas se isso acontecer
É hora de relaxar
É bom deixá-la se acomodar...
E decidir se quer ficar...