quinta-feira, 26 de maio de 2011

Efeito Estufa

Meu coração é um iceberg frio, flutuando perdido na imensidão azul celeste do impávido oceano... Movendo-se iluminado pelo sol, prestes a derreter, mas nem deus sabe em que praia ele poderá sucumbir...

Anestesia

Tudo dói...
Os braços, as pernas, o pescoço, a cabeça...
O coração não.
Esse anestesiou...

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Castanhos

Mais um dia chegando ao fim...
Uma folha a menos no calendário.
E eu aqui. Deixando a vida passar despercebida

Aguardo por promessas até então esquecidas...
Sua felicidade me incomoda
E me consola ao mesmo tempo.
Mas pelo menos ainda noto
Que quando cruzas por mim na rua
O teu olhar me procura.

E só de saber que naquele momento,
Que naquele curto segundo o seu olhar é meu,
Isso já me faz feliz.

Se tudo que posso ter de você é apenas um olhar,
Então aproveito cada milésimo de segundo de sua atenção.



Insônia

Quando a madrugada desce
E o sono te esquece
E não há ninguém para ligar
E a chuva só ajuda
É pela escuridão que ela chega
Com seu vestido de festa
A solidão se aproxima discreta.
A única a não te abandonar...

E eu fico aqui a pensar
Nessa chuva, nessa noite,
Nesse frio, nessa solidão,
Nessa minha ingratidão,
Em meu estado reclamão.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Certezas e Incertezas

Não sei o que vai ser daqui pra frente.
Mas de repente. Não mais que de repente.
Meu mundo inteiro ficou diferente.
E por um momento vivi tudo intensamente.

Você ali deitada ao meu lado a me olhar...
Coisas tão boas que eu nem poderia imaginar
E por um momento ficou tudo fora do lugar
Mas apenas o que quero agora é te encontrar

Lembranças Cinestésicas

Ele a olhou nos olhos...
Os dois com as percepções alteradas...
Criado pelo teor semi-alcoólico
Em que os dois se encontravam
Aquele cheiro de bebida no hálito
Nunca imaginou que gostaria tanto de sentir...
E que depois se lembraria
E que até falta disso ele sentiria

Sentiu falta de outras coisas também
Enquanto os dias se passaram...
Além da falta do abraço,
Da falta de ouvir sua voz e
Da falta daquele sopro na sua boca
Daquele ar etílico que penetrava em si
E que sentia como um sopro de vida
Enchendo seus pulmões com o ar
Daquela outra vida, daquela outra pessoa

Além dessa falta, sentiu falta de seu beijo
E aquela lembrança quase cinestésica
De sentir aquela língua
Passando por seus lábios semi-abertos
Que lhe dava arrepios e calafrios só de lembrar
E essa falta daquele beijo
Que o fazia passar quase que o dia inteiro
Mordendo seus próprios lábios
Ato quase inconsciente
Incontrolável como um tique
Auto-satisfação, auto-excitação
Enquanto espera por sua boca
Sua língua, seus dentes, prontos a lhe devorar...